quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Vida é Relacionamento: Conflitos entre as gerações



Tentando entender e superar os conflitos entre as gerações

Texto por :Renato Vargens

O nascimento dos filhos é sempre uma alegria. No entanto, na medida em que eles vão crescendo, os problemas vão surgindo. Na verdade nem sempre pais e filhos se entendem bem, e o resultado de seus problemas relacionais são os chamados conflitos de gerações.

O médico inglês Ronald Gibson começou uma conferência citando quatro frases:

1) “Nossa juventude adora o luxo, é mal-educada, caçoa da autoridade e não tem o menor respeito pelos mais velhos”. Nossos filhos hoje são verdadeiros tiranos. Eles não se levantam quando uma pessoa idosa entra, respondem a seus pais e são simplesmente maus."

2) "Não tenho mais nenhuma esperança no futuro do nosso país se a juventude de hoje tomar o poder amanhã, porque essa juventude é insuportável, desenfreada, simplesmente horrível."

3) "Nosso mundo atingiu seu ponto crítico. Os filhos não ouvem mais seus pais. O fim do mundo não pode estar muito longe."

4) "Essa juventude está estragada até o fundo do coração. Os jovens são malfeitores e preguiçosos. Eles jamais serão como a juventude de antigamente. A juventude de hoje não será capaz de manter a nossa cultura."

Após ter lido as quatro citações, ficou muito satisfeito com a aprovação que os espectadores davam às frases, e somente então, revelou a origem delas:

A primeira é de Sócrates (470-399 A.C);
A segunda é de Hesíodo (720 A.C);
A terceira é de um sacerdote do ano de 2000 A.C;
A quarta estava escrita em uma vaso de argila descoberto nas ruínas de Babilônia e têm mais de quatro mil anos de existência.

Amado irmão, é importante que entendamos de que não existem receitas mágicas para superar os Conflitos relacionais entre pais e filhos. O que na verdade devemos observar são alguns princípios práticos, que se trabalhados de forma efetiva poderão nos ajudar a construir uma familia mais saudável.

Algumas sugestões práticas:1) Invista tempo na companhia de seus filhos.

A única lembrança que Salomão registra sobre a sua infância é o fato de o seu pai ter gastado tempo com ele. “Porque eu era filho tenro na companhia de meu pai, e único diante de minha mãe. E ele me ensinava e me dizia: retenha o teu coração as minhas palavras; guarda os meus mandamentos, e vive (Pv 4:3-4)”.

2) Não tenha medo em estabelecer limites.

Depois do amor, disciplina é a coisa mais importante que você dá para ele.

3) Desenvolva a arte de soltar pipa.

Isto significa de que no processo de educação de Filhos é absolutamente necessário dar e puxar a linha. Até porque, é no equilíbrio de puxar e soltar que a pipa sobe aos céus. Certa vez perguntaram a mãe de Martin Luther King, o que ela tinha feito para que o seu filho se tornasse o que se tornou. Ela sem titubeios respondeu: dei-lhe asas e raízes.

4) Desenvolva uma relação de cumplicidade e amizade com seus filhos.

Não é preciso possuir dons especiais para afirmar que a correria do dia a dia traz sobre cada um de nós uma enorme pressão emocional. Na verdade, trabalho, contas a pagar, aborrecimentos no trânsito, além das preocupações e tensões relacionadas à existência, tem proporcionado a uma significativa camada da sociedade brasileira um relevante adoecimento relacional.

Infelizmente as relações familiares estão cada vez mais desprovidas de afetividade, cumplicidade e alegria. Ouso em afirmar, que a agitação da modernidade, bem como as preocupações desta vida, tem contribuído em muito para o esfriamento das relações. Isso se percebe, pela ausência da festa, do riso, do toque, e da celebração em nossos lares, até porque, pra muitos torna-se absolutamente impossível, viver e expressar alegria, experimentando situações de pressão e adversidade.

A ansiedade é um tipo de sentimento que comumente toma conta de nossos corações em situações com estas. Não tenho a menor dúvida em afirmar que a ansiedade pode ser considerada como um dos mais poderosos ladrões da alegria. Na verdade, ela tem a capacidade de nos roubar momentos únicos e expressivos na relação familiar. Quantos em virtude da “pré-ocupação” extensiva e exagerada, não tem jogado pelo ralo da existência momentos especiais de celebração com a família?

Amados, entenda que por maiores que sejam seus problemas, eles não têm o direito de promover na relação com cônjuge, pais e filhos o esfriamento do amor. Não deixe, que inquietações da cotidianidade, bem como as apreensões com o dia de amanhã roube da sua família momentos únicos onde o riso, a festa e alegria façam-se presentes.

Que tal, instituir o dia do riso? Porque não estabelecer o momento piada? Que tal jogar as almofadas no chão da sala, chamar os filhos pra perto, contar e ouvir histórias? Já pensou numa boa guerra de travesseiro?

5) Aprenda a elogiar e ajude seu filho na construção de uma boa auto-estima.

No final de uma tarde ensolarada de verão, depois de um dia exaustivo eu estava no meu gabinete pastoral quando tive a idéia de mandar um torpedo para o meu filho de 13 anos. Imediatamente peguei o celular e comecei a digitar algumas palavras de elogio e amabilidade. Falei que o amava, que ele era extremamente inteligente, esperto, bonito, além de grande amigo. Cinco minutos depois ele respondeu minha mensagem através de outro torpedo dizendo: “Papai eu gostei!” Confesso que ao ler aquelas 03 pequenas palavrinhas fui tomado por um desejo enorme de continuar falando coisas boas para o meu filho. Naquele instante, deixei de lado tudo o que estava fazendo e continuei a enviar-lhe mais torpedos, elogiando-o, falando de suas inúmeras qualidades, da sua amizade e carinho para comigo e etc. Sem que déssemos conta, ficamos nessa troca de mensagens por quase meia hora, elogios daqui, respostas alegres e felizes de lá e fortalecimento da relação.

Não preciso nem lhe dizer que saímos do nosso “bate-papo” mais amigos, mais cúmplices, mais apaixonados.

Querido leitor, acredito piamente que os elogios sinceros e verdadeiros que brotam do peito de alguém que ama a vida tem um enorme poder de criar e construir relações saudáveis. Você já se deu conta de que na nossa existência muitas das vezes demonstramos uma grande dificuldade de falar bem ou elogiar alguém? Como é que você lida com o elogio? E as suas relações pessoais, como são? Amáveis? Fraternas?

Preste atenção no que vou lhe dizer:

Se desejar, você poderá ter uma vida muito mais frutífera e feliz se aprender a cultivar o hábito de falar bem das pessoas e para as pessoas. Afetividade, amabilidade, elogio sincero contribuem para relações abençoadas e amigáveis.

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